quarta-feira, 21 de maio de 2008

procurando pedras


.
era um garimpeiro que trabalhava no interior de Minas Gerais.

...começou procurando diamantes e ou pepitas de ouro.

depois...

Gostava do barro, acreditava que Deus sempre guardava e escondia algo de valioso para ele, mesmo às vezes procurando por vários dias sem encontrar nada, acreditava que fazia parte do caminho, a busca, a procura, o questionar... (o que tem ali, depois daquilo??). Na verdade nem fazia idéia o por que fazia isso.

Quando notou que sua busca diária era só por riqueza, já não conseguia achar sentido naquilo tudo que passava ali, e foi assim, sem saber mas com motivo que mudou, e passou enxergar de outra forma.

Se suas mãos encontravam uma qualquer, uma pedra desprezível, entendia que ela estava ali só para, ou de tal importância, fazer parte de seu caminho, como uma pedra no caminho, mas não neste caso, só mais uma e sim a "Pedra", olhava ela e ficava pensando e imaginando..., por quanto tempo ela esperou e aguardou por mim, ...por minhas mãos...


Sabia que queria a pedra mais valiosa, porque tinha que viver e precisava do dinheiro, mas que seu caminho, sua vida, sua brincadeira, sua busca não era pela "A Pedra", e sim por pedras, que com o passar do tempo e das rupturas do trajeto, causada por exatamente pedras na Estrada, elas agora tinham e sempre tiveram o mesmo valor...


Pois então..., Deus não havia mais guardado ou escondido "A Pedra" valiosa dele, todas eram iguais, e estavam ali, jogadas, espalhadas...


Descobriu então que não gostava de procurar mais, e sim só mexer e remexer pedras...


A vida agora ficou mais serena e doce...

.~

~´çp

por Dhekira

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Eu, um modo de não ser


Maik é um cara estranho, ele é só isso...
aqui ...são palavras dele sobre mim.


"""és uma pessoa sem direção ou a direção és tu.
um grande caminho sem limites laterais..não és um caminho.
és tu grande conveniencia quando tenho problemas.
cuidado com você.
já que de alguma forma viver pode ser perigoso.



fiquei pensando em mim...nessa madrugada..
daí ..pensei se voce tem alguma coisa com isso.
caramba..!!hehe sei lá...
sabe o que sou.::::::
sou isso tudo.que não tem controle.
sou a gota dágua..que sempre sobra no fundo do copo,
mas...que sabemos que depois
de um tempo não estará lá mais.!!:::
é isso que sou:::sou o resto que some ..
e se espalha.não sou voce.
e faço parte de todo ..o você
..hehe.
ninguém entende isso.


.?
nunca poderemos saber qual a distância
entre algo tão perto algo tão sutil.
inesperado??--não
essa distância,
mesmo que pequena
é a segurança necessária.
para mantermos a direção certa.


a lógica não é lógica
quando o homem
coloca nela suas intenções.
cuidado com o que você chama de razão.

!!lçpol """

quinta-feira, 8 de maio de 2008

jeito pequeno de não viver


Sentado no chão frio do banheiro, pensava no brilho da faca que segurava na mão esquerda, sentia tão pesada na mão de uma forma que fazia tremer seu braço inteiro. A vontade de chorar não entendia como medo ou confusão e sim como descoberta de algo que não tinha acesso freqüentemente, que afinal, não tinha medo por ser desconhecido, mas por ter certeza que lhe causaria o choro que estava quase presente, dado a ele por ele... talvez um presente.
O lápis silencioso, pousado sobre o papel, colocado no chão, que observava com dó o imenso espaço vazio que estava contido em seu improvável amigo branco, agora seus pensamentos estavam ocupados em criar textos, para deixar ao mundo uma sucinta lembrança de quem era ou poderia ser... num impasse de se resolver como começar, tentou iniciar de forma que lhe gerasse tranqüilidade, ainda tinha medo do que poderia acontecer.


Tudo ficou calmo, calma
O silêncio machuca a alma
A dor acaba ao tato de um lápis no papel
Agora o nada já esta sendo preenchido.

Se o tempo devora com calma
Decido inquieto, permanecer fraco à paciência
E a dor volta, jurando eterna fidelidade
Agora as formas a minha volta, ...ameaçam, me odeiam!

O mundo dita seus mundos, suas buscas
Você, eu e todos procuramos nos deixar
Para sermos oferecidos no jantar

Degustem a grande obra, salada do mundo, um delicioso fruto do sistema.

Perdemos o real contato com a natureza
Perdemos o principal saber...nos perdemos
Criamos rotinas, objetivas ou não, podres e pobres
Tornamos ignorantes às nossas virtudes, instintos
E procuramos algo sem saber onde está, o que é, para que serve
Principalmente por que desejamos..., aliás, onde estamos ?

Satisfeito por pelo menos ter tentado justificar o que não dá, ficou admirando o que havia acabado de escrever, ficou feliz por segundos, parece que enfim fez algo de bom, mas de qualquer forma isso não o tornava melhor do que é...
Retornando ao principio de seus objetivos, começou a avaliar sua coragem com seu instinto de sobrevivência, notou que ou era fraco demais por desistir de viver ou era corajoso demais por ter coragem de terminar uma vida. A dúvida lhe parecia engraçada e ao mesmo tempo cruel, e mesmo assim não lhe faria diferença no ato
Decididamente a faca inicia o trajeto ao interior de seu corpo e não de sua alma que ainda era serena e plena, fazendo sua alma cantar uma melodia melancólica de padecimento, seus pensamentos viajam sem direção para todos ângulos possíveis e seus textos agora se tornam tão verdadeiros como as mentiras que ele nunca quis ter acreditado.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O quarto da ignorância




No quarto escuro ...a luz não fazia falta. Imaginação era seu mundo. Quando pequeno já sabia que era diferente, limitado fisicamente, teve que se adaptar.
Suas brincadeiras eram sem sentidos, brincava com sua voz, brincava com seus dedos, brincava com seus cabelos... só não tinha brinquedos.
A vida não poderia ser melhor, diversão era condição não entretenimento.
A vida pode ser cruel ou não, só depende do seu ponto de vista, à todos ele não tinha nada, nem um cachorrinho para um amor incondicional, à ele, não sentia falta, talvez porque nunca teve, assim sentir falta do que não conheceu, não fazia sentido.
Difícil é notar a diferença de tonalidade das cores com as mudanças de luminosidade, e para ele, era a diversão qualquer diferença entre os negros do teto...
Ser sozinho é uma arte, violenta arte que atormenta ser humano, é quase ser bicho, e querer destruir, mas não nesse caso...
Ser sozinho é ser sozinho quando em algum momento isso não foi...

“A vida toda ficou ali,
Sem saber o que havia além disso,
Por isso não sabia se era bom ou ruim
Tudo isso e mesmo só isso,
Adaptou-se e mesmo não precisou se adaptar.
Seu pouco era o tudo
Seu nada era menos ainda.
De qualquer forma era feliz
Da forma idiota serena e plena
E não sabia nada disso...”

Parte dele chorava a falta que nunca existiu.
Parte dele queria parar por ali.
Parte dele queria romper a porta.
Parte dele já estava morto.
A ignorância mata.

sábado, 3 de maio de 2008

deserto seu...


Naquela manhã, de provavelmente domingo, não sabia seu nome nem seu propósito, o tempo que estava ali, momento algum passou por sua mente, sabia que pouco à pouco seus motivos pela vida se desfaziam a cada passo...
O que estava fazendo ali?
Suas lembranças nada mostrava, pouco sentia necessidade de saber, o que mais lhe causava medo não era a solidão, sempre foi sozinho. A fome era sua única companhia, e era só ela que ele amava, sentia medo disso, assim era seu único motivo a querer viver...
Levado ao extremo, perde-se a noção da fronteira da realidade com a ilusão, peripécias da mente ou verdade nunca mostrada...
Ao longe avistava uma Melancia, que em sua direção corria buscando por vida, por verdade, por legalidade de dignidade, e para ele só representava a fonte da vida...
A proximidade dela para ele só o fez pensar que aquilo que poderia ser loucura, era real demais, e assim que essa distância tornou-se o bastante para um ponta-pé, com um só golpe ali terminava a vida, da rápida amiga melhor Melancia, agora era seu deleite de sede e fome, com certeza foi a melhor refeição da sua vida, e é quando o homem lembra-se que é bicho, tão quanto sua ignorância em não aceitar e na verdade nem perceber. Só o bastante percebeu sua atenção que ao lado dos restos do monstro vermelho de pele verde, havia um envelope, foi quando resolveu partir, e não quis deixar esse equipamento de informação ali...
Depois de sua extravagância, e mais dois dias de passos firmes e contínuos, oferecido pela vida de quem lhe oferecia a vida, chegou ao abrigo de seu cotidiano novamente, e só aí resolveu querer desvendar o envelope.
Da mesma forma que lhe foi colocado a desventura, foi-lhe arrancada a esperança de ter o poder de ter uma vida caricaturada normal novamente. Quando abriu o envelope, abriu a porta do desespero também...
Assim que leu o que o branco do papel mostrava, sentiu sua vida sair de seu corpo e acompanhar os ventos suaves da janela aberta da sala de jantar...

Dentro do envelope, uma foto dele, um pouco mais jovem, de certo uns 5 anos e atrás desta, em letras lindas e suaves, escrito à mão...

“Melancia, conte a ele toda a Verdade...
ass: senhor Abacaxi”



e foi isso.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

durável demais...



o quanto somos sensíveis?? ...

o bastante para partirmos sem nos despedirmos...
e nos fazemos de fortes...
fingimos ser o que não somos e criamos a arte...

..

bom o bastante para nada...
no fim vemos que o nada é o que mais importa...

..

nos prendemos demais....
nas Verdades e Mentiras que inventamos
e que só é nada ou mesmo tudo que é nada..

..

parece sem sentido isso tudo??
....e é para ser...

só para provar que o que digo é idiota e mentira
ou mesmo verdade...
..
é o nada ...
de novo aí e aqui..!!
..

/2'~