
acordei
uma vida, de um sono profundo
perdido, deitado estive em meu passado
do azul, e é lá que é a morada do meu
silêncio.
caminhei
dentro de possibilidades, nas estradas elásticas
que aos poucos transformei em suaves plumas
e tornei sereno o chão vago dentro do
silêncio.
contei
histórias em tecidos e em luzes derretidas
e fiz do meu futuro a escravidão das palavras
saindo do absoluto, quebrando o idiota
silêncio.
criei
espumas flutuantes brancas, perdidas no branco
do ar, moderações que torturam as leis do
universo, entre o riso e o choro, entre o grito e o
silêncio.
terminei
e ressucitei o nascer do dia e do medo
que tocam e espreitam todos, as manhãs envoltas
de sombra, ando da falta de lembranças, continuo o
silêncio.
~´=-9
2 comentários:
o estado primitivo de uma alma, os primeiros passos, que sempre são lembrados, para serem dados, novamente, moldando o mundo na forma de abraço, abraçando o mundo, para dar a forma que se quer, mergulhando nos pensamentos secos dos que choram pelo que já não sentem, construindo o que um dia será derrubado, contornando, o que será traços para quem não despertou, seguindo, para enxergar profundo, e escrever aqui, não o que é, nem o que parece, mas o que se instalou, quando senti, ao ler ...
Diferente do costumeiro...
Uma sutileza particular das palavras, uma ternura completa em uma realidade fugaz... Belo, muito belo! Gostei do estilo...
O pensar sem o caos, o simples pensar... O bruto sem o desespero, o ser sem o estar, o infinito sem o tempo...
O silêncio sem o vazio!
Postar um comentário