domingo, 14 de dezembro de 2008

aquele Silêncio.

...
acordei
uma vida, de um sono profundo
perdido, deitado estive em meu passado
do azul, e é lá que é a morada do meu
silêncio.

caminhei
dentro de possibilidades, nas estradas elásticas
que aos poucos transformei em suaves plumas
e tornei sereno o chão vago dentro do
silêncio.

contei
histórias em tecidos e em luzes derretidas
e fiz do meu futuro a escravidão das palavras
saindo do absoluto, quebrando o idiota
silêncio.

criei
espumas flutuantes brancas, perdidas no branco
do ar, moderações que torturam as leis do
universo, entre o riso e o choro, entre o grito e o
silêncio.

terminei
e ressucitei o nascer do dia e do medo
que tocam e espreitam todos, as manhãs envoltas
de sombra, ando da falta de lembranças, continuo o
silêncio.


~´=-9

2 comentários:

mano maya kosha disse...

o estado primitivo de uma alma, os primeiros passos, que sempre são lembrados, para serem dados, novamente, moldando o mundo na forma de abraço, abraçando o mundo, para dar a forma que se quer, mergulhando nos pensamentos secos dos que choram pelo que já não sentem, construindo o que um dia será derrubado, contornando, o que será traços para quem não despertou, seguindo, para enxergar profundo, e escrever aqui, não o que é, nem o que parece, mas o que se instalou, quando senti, ao ler ...

Unknown disse...

Diferente do costumeiro...
Uma sutileza particular das palavras, uma ternura completa em uma realidade fugaz... Belo, muito belo! Gostei do estilo...
O pensar sem o caos, o simples pensar... O bruto sem o desespero, o ser sem o estar, o infinito sem o tempo...
O silêncio sem o vazio!